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Archive for the ‘Rabiscos viajantes’ Category


Emoções perdidas no fim,

palavras às vezes são como flores de alecrim.

Claras, delicadas e suaves

podem não existir.

Dos lábios pro céu, do chão pro ar,

presas podem sufocar.

É silêncio maior escrevê-las

do que se calar.

Quando partem da boca pra fora

acabam com o vento indo embora.

Prefiro guardá-las no lado escuro do papel,

onde são sacudidas como favo de mel.

Elas  são espíritos, são vida

dentro dos poetas, onde não ficam escondidas.

Espalhadas pelos quatro cantos do mundo

quero ver varrerem-nas desse chão imundo.

Uma palavra doce ou violenta

pode ter o gosto de uma pimenta.

Outra amarga ou ardida

pode ser uma alma perdida.

Estão no seu adeus,

no meio do olhar que é meu.

Nas despedidas nostálgicas

caladas pelo estranho breu.

As palavras são nosso sentimentos exprimidos,

Mas no fim do dia podem não ser mais

do que corações partidos.

Todas são um risco.

Elas não voltam atrás,

ditas ou não ditas,

ai daquelas que foram contidas.

Mortas… sujas… sumidas.

Onde vivem elas?

Fran (;

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O ciclo da vida

A vida tem uma história por dia. A história tem um zilhão de palavras por segundo.

Todos os dias são segunda feira. Todos os dias são contados pelas mesmas palavras.

Não importa se gastamos um tempo que não existe fazendo algo que não nos levará a nada.

Também não tem importância se o que alguém faça, possa mudar o curso do mundo.

O mundo é contado pela mesma história.

E todos já a conhecem.

O homem anda em circulo, como qualquer animal.

Ninguém tem uma vida diferente disso: nasce, cresce, pode contruir uma família ou viver sozinho ou compartilhar solidão pra depois morrer.

É um ciclo.

Como se alguém tivesse imposto isso: antes de completar um ano vc vai ter que aprender a andar (não se perguntam se queremos ou temos capacidade para fazer isso)

É a ordem natural das coisas, um dia vamos ter que falar. Se não conseguimos somos classificados de especiais.

Entende assim como todos os dias são iguais? Todos os dias temos que aprender algo que alguém já aprendeu.

Mas se inovamos tbm não importa, é algo que depois alguém tem que aprender.

Toda segunda podemos aprender algo novo, ou nada. Porque nada é novo.

É sempre segunda pq não há diferença entre um dia e outro se todos tem a mesma cor.

Somos ofuscados pela cegueira branca:

Vamos viver como manda a vida.

Ou como alguém disse que assim que se vive:

Em alguma segunda-feira vc vai ter que aprender a morrer, ou pode simplesmente viver muitas segundas sem experimentar isso. Mas um dia vc vai ter que deixar de existir.

Mas ninguém se importa: o convencionalismo anda de mãos dadas com o conformismo.

Tudo é normal, como a guerra que acabou ontem é parecida com a de amanhã.

Podem até mudar as armas, os castelos.

Mas como todas as outras guerras: algum lado tem que perder.

Alguém por ai deve se perguntar pelo que vale viver.

Só que o belo de viver a vida são os outros viventes.

Aqueles outros limitados que vemos toda segunda são os que nos fazem continuar aqui.

O amor é sempre uma coisa nova, uma aprendizagem diferente.

Ele algo acima da descrição das palavras.

Dizer “eu te amo” deve ter menos profundidade do que o ato em si.

Eis um desafio aos poetas.

-Fran

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Revolução

Somos nós, aquelas pessoas que moram em casas comuns, pessoas normais, que andam em círculos e não são ricos.

São essas pessoas com problemas comuns, felicidades comuns.

Gente assim, que vive pra si, fechados e limitados.

Escrevendo para ninguém e vendo as coisas que se repetem dia por dia.

Também não temos ideologias, apenas sonhos pequenos.

Mas nós sabemos que mudaremos o mundo.

E já estamos nos preparando, sozinhos, procurando um pelo outro.

Distantes, com planos estranhos

Que não levarão à nada

Mas nós revolucionaremos, só não sabemos quando,

Nem como e pra quê;

Mas só estamos esperando a hora.

A hora de nos juntarmos para respondermos essas perguntas sem interrogação.

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Noya-me

Beba-me, prova-me, aprenda-me,

saboreie-me ao extremo dessa ironia.

Sinta só o que não tem sentido,

ria-me.

Exploda ao ponto máximo desse delírio,

chora-me até inundar o oceano.

Nada-me, morra-me no teu rio.

Ensaie-me, fale-me, envenene-se em mim.

Depois da contradição, do complexo,

viva-me sem limites,

E então, decifre-me.

Fran (=

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Espera

é a agonia

misturada

com uma pitada

de insônia.

É o desespero contido,

o sublime êxtase

do entusiasmo abatido.

O minuto brinca de estátua,

mas o mundo gira, gira, gira

enquanto parece que só vc está parado,

você e aquele minuto retardado.

A ausência do tempo,

o que parece que não chega

é a essência da espera.

Fran. =]

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