Ele era um garoto, ele não passava disso, ele nunca foi mais do que isso. Mesmo que tivesse cinquenta ou vinte e dois anos, ele seria sempre, para sempre, um garoto. Ele tem coração, ele tem sentimentos, ele tem alma de menino que ganha bombom da vovó todo domingo, ele cheira a talco, ele inspira uma vontade de abraçá-lo a todo momento que é visto, ele é todo poético, mas as palavras dele vem de qualquer lugar, que não é dele. É só um garotinho que finge ser durão, ele brinca, brinca com tudo e não sabe, não reconhece o perigo que são essas brincadeiras. Ele graceja, ele faz piadas com coisas sérias e então quando é com ele, só o vejo deixar a peteca cair e chorar. Meninos não aguentam. Por que ele não se torna homem? Por que ele não sai dessas regalias de criança protegida e vem ao mundo, cria forças, monta num cavalo e maneja uma espada? Por que ele é desse jeito? Ele diz que assim a vida é mais simples, ele diz que tem medo, prefere muito mais o gostinho macio e doce de tutti-frutti que o picante e duro da carne mal-passada. E vai ficar assim pelo tempo que for necessário, até resolver tirar de dentro de si toda a virilidade que ele reserva para quando tiver coragem. Quando esse dia chegar, aqui estarei eu para lhe oferecer a água fresca depois de um dia árduo.
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Adélia Prado Anita Diamant Carlos Drummond de Andrade Clarice Lispector Emily Brontë Gabriel García Marquez José de Alencar José Saramago Leminski Lou Salomé Machado de Assis Mario Quintana Milan Kundera Oscar Wilde Pablo Neruda Sidney Sheldon Vinícius de Moraes Vladimir Nabokov Walt Whitman- Convivência entre o poeta e o leitor, só no silêncio da leitura a sós. A sós, os dois. Isto é, livro e leitor. Este não quer saber de terceiros, não quer que interpretem, que cantem, que dancem um poema. O verdadeiro amador de poemas ama em silêncio..
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